quinta-feira, 15 de novembro de 2012

MP denuncia prefeito eleito de Cipó

              DO BAHIA TODO DIA | 15/11/2012 | 15H20

O Ministério Público Estadual, por meio do promotor de Justiça Pablo Antônio Cordeiro Almeida, denunciou nas esferas cível e criminal o prefeito eleito de Cipó, a 241 km de Salvador, Romildo Ferreira dos Santos (PSD); o vice-prefeito eleito, Carlos Roberto Silva; o vereador eleito Vinícius Antônio Silva Santos; o ex-vereador Gilberto Onofre Gonçalves Anunciação; além dos candidatos não eleitos Anderson Fonseca Souza e Pedro Francisco dos Santos; dentre outras pessoas. Eles são acusados por compra de votos, coação de eleitores e destruição de propagandas eleitorais de adversários políticos.

De acordo com a denúncia, os 13 acusados integram uma quadrilha que utilizou o sisal para corromper eleitores, a chamada "Quadrilha do Fiapo". Caso a Justiça acate o pedido do MP, os candidatos eleitos podem ter seus registros cassados.

De acordo com o promotor Pablo Almeida, investigações realizadas pelo MP constataram que mais de 500 votos foram comprados pela quadrilha, que utilizava como moeda de troca a fibra do sisal resultante das sobras de tecidos da indústria têxtil. O material, conhecido como fiapo, é muito utilizado na cidade, sobretudo pela indústria moveleira e por artesãos. Cada eleitor corrompido recebia de 20 a 100 quilos de fibra e, além do fiapo, a quadrilha distribuía materiais de construção e dinheiro em espécie.

"Apuramos nas investigações que a prática já aconteceu em eleições anteriores, por isso descobrir essa quadrilha é tão importante", ressaltou o  promotor, acrescentando que, para comprovar os crimes, o MP requereu o cumprimento de mandados de busca e apreensão, que acabaram por apreender grande quantidade de fardos de fiapo. Dentre os eleitores surpreendidos com o material, alguns chegaram a confessar o crime.

A promotoria destaca ainda que, além do papel punitivo, as ações possuem um caráter eminentemente pedagógico, para desestimular outros candidatos em futuros pleitos de adotarem as mesmas práticas de corrupção eleitoral. Por fim, o promotor de Justiça ressaltou que quem vende seu voto também pratica crime, estando sujeito à mesma pena de quatro anos de prisão que se aplica aos que compram os votos. Com informações do MPE/BA

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